quinta-feira, março 01, 2007
Os pastores e os lôbos
Em tempos muito distantes,
Num país desconhecido
Dos modernos viajantes,
E que nos mapas não vem,
Dizem ter acontecido
Que os pastores mais os lôbos
Houveram enfim por bem
Acabar mortes e roubos.
Foi o tratado
Assinado
Com todos os barbicachos:
Os pastores os seus cães
Entregam como reféns,
E os lôbos os seus lobachos.
Mas diz o velho ditado:
- Atrás de um tempo, outro vem -
Isto levou mais de um ano.
Até que os lôbos puseram,
A pesar das convenções,
Com tôda a pouca vergonha
Em obra as suas tenções,
E eis o que eles fizeram:
Por uma noite medonha
Mataram os reféns
Os cães.
Correm direitos aos currais;
(Os zagais
Dormiam todos, fiados
Na santa fé dos tratados).
Ali com os filhos, então,
Quási em fôrças seus iguais,
Matam, ferem sem perdão,
E levam grande farnel.
Lembra-te dêste painel:
Com malvados
Não queiras nunca tratados.
Henrique O'Neill,
"Fabulário"
(Citado em "Leituras Para o Ensino Primário" - 1929
de Augusto C. Pires de Lima e Américo Pires de Lima.
Nesta transcrição foi respeitada a ortografia da época,
como é bom de ver.)
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4 comentários:
Olá António, como vai? Adorei a "amizade" entre lobos e pastores! Ai, amigo poeta, estava (ainda estou) com problemas no monitor e só agora consegui postar de uma lanhouse, mas se tudo der certo, na próxima semana o blog Morango estará a todo vapor!. Abraços e obrigada pela mensagem.
cheguei...foi o vento que me trouxe, agora parto novamente envolta no vento...mas deixa-me dizer-te que amei este cantinho.
parabéns
fica bem
passo por cá novamente, já voi que me linkaste...obrigado! Ainda não linkei ninguém, mas estarás na minha lista...
Fica bem
passo por cá novamente, já voi que me linkaste...obrigado! Ainda não linkei ninguém, mas estarás na minha lista...
Fica bem
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