sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Quinzena de Juventude de Almada: 29 de Fevereiro a 16 de Março


Arranca esta noite mais uma Quinzena da Juventude de Almada (e é já a 14ª edição - a primeira foi em 1995).
O "certame" deste ano começa com "Skaters", hoje mesmo, às 22h, no Auditório Fernando Lopes-Graça, do Fórum Municipal Romeu Correia. «Alguém que cai e se levanta constantemente, que desliza pelo espaço sem tocar a terra, é uma óptima metáfora para falar do homem contemporâneo», lê-se, no programa da Quinzena, a propósito deste espectáculo.
Ao longo da quinzena, os jovens almadenses propõem, e mostram, outras expressões, mais ou menos artísticas: música, dança, fotografia, artes plásticas e desporto de ar livre.
E, para terminar em grande, o concerto de encerramento traz ao palco da Incrível Almadense o inconfundível Sam The Kid. Vai ser no dia 15 de Março, às 22h.
Mais informações (e o programa, que pode ser descarregado em documento .pdf), no site da Câmara Municipal de Almada:

quarta-feira, fevereiro 27, 2008


Tempo Meu,

novo livro de Alexandre Castanheira,

é lançado esta quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2008,

no Salão de Festas da Incrível Almadense,

às 21h30


(Caderno "Uma dúzia de Páginas de Poesia", número 62, da colecção Index Poesis. Edição Poetas Almadenses. Capa de Jorge Figueira, sobre uma imagem de Alexandre Castanheira)


Em Almada Cultural por extenso, encontram um texto de Romeu Correia sobre este autor (prefácio à peça de teatro "Chico do Norte", publicada em 1977), e um poema de Alexandre Castanheira dedicado à memória de Manuela Bento e Cezarina Marques, do Coral Canto Novo.

Antecipação gorada

Não estás mas sinto-te presente a meu lado.
Vejo-te mesmo deambulando em meu redor
gritando-me muda o teu querer num zombo
que tempestuosamente atordoa os meus ouvidos
que no entanto se recusam a zumbrir-se

O silêncio gritante do não-ser
arroja-se sobre mim como o mar nas rochas
retirando-se depois escorrendo algas
de pedra em pedra
procurando fazer o meu espírito escorregar
na humidade viscosa
em que me tentas impregnar
sem no entanto conseguir me imobilizar

É esse o teu objectivo ó invisível presente?
Desengana-te. A maré baixa e baixa
e enlama quase toda a praia do meu ser
mas logo o cheiro a maresia
se esvai nas límpidas águas que me vão deixar
em preia-mar…

Nelas mergulho. Sacudo os limos
liberto-me dos teus ardis
e nado com o vigor de um corpo adolescente
nu e livre
tão livre que não sinto o peso da idade

Podes manter essa tua determinação
- a tal deves sentir-te obrigada
ó dilecta filha do Vazio que maquinalmente
procuras inutilmente preencher com almas
as estranhas fileiras do Nada –
mas convence-te: andas adiantada
ou deram-te um relógio avariado.

Tem paciência. Espera. Tens de contar
com a minha resistência e igual determinação
mas de viver.


1 de Janeiro de 2008



Alexandre Castanheira
em
Tempo Meu

Almada, Fevereiro de 2008
(no 80º. aniversário do autor)

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Poesia Vadia, e um livro de Bernardes-Silva...


"Poesia Sonetada", do poeta almadense Bernardes-Silva, vai ser apresentado no próximo sábado, dia 23, pelas cinco e meia da tarde, no auditório da Junta de Freguesia da Charneca de Caparica. O evento, para o qual estão todos desde já convidados, decorre no âmbito de mais uma sessão mensal de "poesia vadia".

terça-feira, fevereiro 19, 2008

O vagabundo e a chuva

A água escorre por todo o lado...

Um dos muitos donos da rua
Destes tempos sem tempo
Ficou sem espaço para vaguear.
Preso a uma velha portada
E sem ter nada para fazer
Voltou a pensar...

Reencontrou um amor distante
Num rosto pouco nítido
Com os olhos fechados
Estendeu a mão fria
À procura de Sofia
Apanha uma gota perdida
Agarra a mão ausente
Encosta-a ao peito frio
E sente calor no seu corpo
Que lhe aquece a alma perdida
E anima o corpo enrolado
No papelão húmido
Que é a cama do homem
Esquecido e abandonado

A água escorre por todo o lado...

Um dos muitos donos da rua
Ficou sem espaço para vaguear...
Imaginem só...
Deu-lhe para pensar...


Luís Milheiro
em "Vidas na Corda Bamba"
Edição SCALA - Almada, 2005

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Artur Vaz escreve sobre o Arquivo Histórico de Almada...

... no blogue Almada Cultural por extenso


«Uma das mais graves carências nas bibliotecas das escolas do nosso ensino básico e secundário é a não existência de um espaço destinado às obras de cariz local, importante fonte de cultura e saber.
Ora é a pensar nessa vertente que estas exposições do Arquivo Histórico, pode colmatar esta lacuna e ao mesmo tempo funcionar como estimulo para a elaboração de mais actividades extracurriculares, completando o trabalho efectuado nas sala de aulas e aumentando o nível de conhecimentos e de saber sobre a própria comunidade.»


terça-feira, fevereiro 12, 2008

12ª Mostra de Teatro de Almada

8 a 24 de Fevereiro 2008

Mais informações (e a programação da Mostra) aqui

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Legião de Marias


Flores acesas num olhar
dançam no altar
de um coração de cera,
que ajoelhado e tocado
de incenso e Bach,
bate
ao descompasso
do teu nome
aceso dentro do meu
e de todas as:

Marias Madalenas
Marias das Dores
Marias de Todos
Marias que brilham
em todas as mulheres.


Madalena Barranco

em Debaixo do Bulcão poezine
Número 31 - Almada, Dezembro 2007

Mais poemas desta autora em

sábado, fevereiro 02, 2008

Um Carnaval

Vem ao baile vem ao baile
Pelo braço ou pelo nariz
Vem ao baile vem ao baile
E vais ver como te ris

Deixa a tristeza roer
As unhas de desespero
Deixa a verdade e o erro
Deixa tudo vem beber

Vem ao baile das palavras
Que se beijam desenlaçam
Palavras que ficam passam
Como a chuva nas vidraças

Vem ao baile, oh tens que vir
E perder-te nos espelhos
Há outros muito mais velhos
Que ainda sabem sorrir

Vem ao baile da loucura
Vem desfazer-te do corpo
E quando caires de borco
A tua alma é mais pura

Vem ao baile vem ao baile
Pelo chão ou pelo ar
Vem ao baile baile baile
E vais ver o que é bailar




Alexandre O’Neill
“No Reino da Dinamarca”
Guimarães Editores. Lisboa, 1958



(foto do autor copiada de
www.prahoje.com.br/bill/?p=287&cp=1)

Biografia e outros poemas deste autor:
www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Alexandre+O%27Neill