que oiço dizeres
que dizem as formas
do corpo que fuma
deveras distante
de um toque errante
na zona diletante
onde dizem viver
dez dúzias de prantos
rezados pelo padre
no sermão de domingo
às coxas beijadas
da vizinha nua
que se dizia comer
os ossos da mula
em cima de um banco
e gritava “ Pula”
devo dizer que
no fundo do ermo
onde se apagam
amores
a pele da cabra
que exala odores
abriga no colo
os vorazes piolhos
que dizem fugir
para o corno da velha
que habita lá longe
no cimo do monte
que se diz ser abrigo
da carne do amigo
comido por ela
devo dizer
dizendo que não disse
Ângela Ribeiro
Debaixo do Bulcão poezine 29
Março 2007
(Obs: na edição em papel, este texto aparece com a disposição dos versos invertida.
Aqui sim, estão os versos bem dispostos. O nosso pedido de desculpas à autora.)
angela-ribeiro.blogspot.com
Aqui sim, estão os versos bem dispostos. O nosso pedido de desculpas à autora.)
angela-ribeiro.blogspot.com
2 comentários:
Amanhã às 16 horas, no Fórum Municipal Romeu Correia:
Alice no País das Maravilhas
teatro de marionetas
de Ângela Ribeiro
Integrado na Quinzena da Juventude de Almada 2007
aqui a autora desculpa o equívoco, sem qualquer transtorno para a mesma.
até breve
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