quinta-feira, janeiro 11, 2007
Os lábios selam-se, a demência
abraça o espírito com garras de aço,
a pérola perde o seu brilho e as mãos
tremem e a frase fica retida num
espaço indefinido.
Para além de um corpo de homem não há mais nada,
só a impotência de não saber e a cegueira
de uma máscara podre.
O sonho fica encarcerado na jaula da infância
e o despertar torna-se doloroso
por vezes morre ao primeiro sinal.
Os castelos tornam-se muros horrendos e a
magia nada mais é que uma paixão efémera
crucificada entre duendes e fadas,
o unicórnio foi assassinado por mãos
que não conceberam.
A alma torna-se uma desculpa,
um vómito de quem deseja o que não sabe,
um despertar morto à nascença.
António Boieiro
Debaixo do Bulcão 1,5 - Janeiro 1997
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