quinta-feira, junho 12, 2008

Quadras ao gosto popular, que fez o poeta nefelibata Affonso Gallo, por ocasiam dos Santos Populares, e a propósito do Campeonato Europeu de Futebol

no anno da graça de dois mil e quatro, em Almada, mas olhando para Lixboa, capital do império, cidade onde se realizaria a malfadada final da mencionada competição, de mui má memória (a final, não a competição)

Neste reino de durões
É preciso é futebol.
Perder? Mas nem a feijões:
Não somos um povo mol'

Onze gajos e uma bola
E toc'á chutá-la a eito.
Se no fim cantam vitória
Fica o País satisfeito

Vamos lá dar-lhes um baile
Vamos lá comer a relva.
Chega de tanto desaire:
Não somos bichos da selva!


Affonso Gallo


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2 comentários:

Madalena Barranco disse...

Ah, António, Affonso está certo, pois o futebol ao fim é algo parecido a um baile com gols - rsrsrs! Gostei do poema. Beijos.

Debaixo do Bulcão disse...

Oi, Madalena!

Concordo com a análise: é um baile com gol(o)s - só não sei é como vamos escrever isto depois do acordo ortográfico, eh eh eh...

(Não sei, mas prefiro golos, porque é uma apropriação da palavra "goals", e não apenas um aportuguesamento - embora alguns "puristas" possam argumentar que isso causa confusão com outra palavra eventualmente homófona, vagamente relacionada com bebidas...)

Grande beijo poético intercontinental e tal!


A.V.