quinta-feira, abril 11, 2013

Nº. 1

O que sou não tem significado.
Tu és intrigante, como um stencil do Banksy.
Temo-te como um furor mesquinho
que desvio do meu alcance,
Nada mais foi como antes
pois comecei a sonhar.
Traço escalas de planos
nos meus sonhos rebuscados,
serias o filme perfeito!
Que nunca vou realizar…
Deixa-me colecionar vinis
recriar neles a nossa história.
No fim, resta um vazio.
Como agonia irónica
da qual eu me rio,
só para te irritar um pouquinho.
Como em máquina lomográfica
crio outra realidade, tendo a ser trágica.
Eu não escrevo livros
Tenho medo da verdade
E gosto das palavras soltas.


Sílvia Cunha

Debaixo do Bulcão poezine
N.º 41 - Março 2013

(Ilustração: desenho de Sturrefsit Adjukaatrix)

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