quarta-feira, dezembro 28, 2011


Falta pouco até que todas as capitais se juntem numa só marcha
Pelo Respeito e pela Verdade! O nosso conhecimento já é demais,
Vemos pelos satélites quanto custou o que vocês deitam fora
Que nós poderíamos provar de bom grado, e saborear juntos, se
Nao tivéssemos de nos agarrar ao emprego de que não gostamos!

Mas não somos preguiçosos nem nunca seremos mentirosos!
Podem ficar com vossos iates e vossos aquários em quarentena
Longe da presença de pessoas normais cujas mãos vos dão,
Indirectamente, de comer, enquanto lá especulam nós festejamos
Com o emocionalmente necessário de que precisamos para ser felizes!

Já vos demos décadas de chances para sairem desse buraco negro
Porque sabemos tudo que sempre se tem passado, mas parecem não
Querer ouvir que estão errados e existe honestidade neste mundo
Que usa o coração como arma para defender a imortal alma humana,
Em vez da vossa infantil ganância presunçosa dum estatuto já podre!

Não existem ofertas à vista, só promoções para enganar ceguinhos
Que lá se deixam escravizar esperando as proximas eleições – Eles
Até do lixo dos supermercados nos fecham à chave, com lixívia ou
Vidros espalhados como presente de Natal para enregelares sem
Telhado onde chorar as misérias que o despedimento te faz passar!

Foi já há muito esquecido o que diziam que tinhas tanto jeito para fazer,
Tiveste de crescer, trabalhar para ajudar a família, sacrificar talento
Pela elite que os economistas alimentam como se fosse direito feudal,
Trocar neo-liberalismo por ética pessoal e ver-se consumido pelo bicho
Acumulativo, dinheiro-dependente, mandando outro milhão para a veia!


Nós culpamos o sistema como se este nao fosse comandado por pessoas
Que se maltratam e se burlam pelas hipócritas costas mal querem e podem,
Cobaias dentro do mesmo obscuro jogo egoísta por lucro e mais-valia,
Brincando com o escalpe das nações e as reformas dos nossos pais por
Algum orgulho obtuso de ser o perverso que quer sempre ficar por cima!

Fui e voltei das compras, está tudo mais caro e todos perguntam porque?
A lei dos politicos é devota aos bancos que definem a mesada dos paises!
Queria sonhar com bombas que matem só aqueles que não sabem partilhar
Porque nunca precisaram, era o mordomo que ia às reuniões da escola,
Nunca conheceram a visão de uma migalha de pão servir de refeição…

…mas conhecerão! Já que nada faz sentido e o ouro foi trocado por papel,
Quero que roubem, que se manifestem, que recusem cada injustiça diária
Tal como a militarização da vossa liberdade imbuída na iliteracia da polícia
Que em vez de proteger, persegue, e em vez de servir, manipula e decide!

O amor da maioria já cintila por revolução, independência e bom senso!
Basta de gozarem e escarrarem nas esperanças dos que vos fazem ricos,
Ouço os passos mortiferos do cadafalso aproximarem-se silenciosamente
E imparáveis por serem protegidos pela Razão e guiados pela Vingança!


Joao Meirinhos
Outubro 2011
Tallinn

Debaixo do Bulcão poezine nº 40
Almada, dezembro 2011

(Imagem: foto de Walker Pickering encontrada em http://estherbarend.blogspot.com/)

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