segunda-feira, dezembro 29, 2008

Indo o autor com um amigo pela estrada da vida, pediu-lhe opinião sobre seus amores tão delicados


já pelo verde prado que apenas
existe numa óptica poética
no silogismo firme e na métrica
mas nunca nos teus olhos de helenas

tocava o tocador suas avenas
chorava o poeta sua ética
sofrias tu de fome anoréctica
e eu pasmava já de tantas cenas.

foi então que pedi ao viajante
que comigo sulcava o prado raso
opinião palpite dica oráculo.

afirmo (respondeu esse pedante)
ser este muito estranho e raro caso
mas eu para profeta sou bem fraco



Affonso Gallo


(ilustração de Jorge Feliciano)

domingo, dezembro 28, 2008


Estava a carochinha a fazer se à vida lá para os lados de benfica a apregoar:


"Quem dá uma moeda a carochinha
para ela dar uma quarta de branquinha
que ela coitadinha se meteu nesta bronca
e agora anda toda ressacadinha


"Quem ajuda uma carochinha agarrada à cocaina?


Quando passou o João Ratão,velho carochão
chulo velho de prostitutas de 2a mão,
gago
que lhe diz num tom de sabedoria interrompida
pela gaguez fodida;
caro-chinha, caro-chinha quan-tas vezes
te te disse que que te ias d-dar mal a d-dar
na coca coca cocaina...

Z.BTTA
Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 e meio - Almada, Dezembro 2008

Suspenso





Como uma serpentina esquecida
Pendurada, já sem cor, na
Varanda dos carnavais antigos
Suspiro a espera
E antecipo os cenários
Todos iguais na sua
Diferença

Que o fim último
É um sentir progressista
De quem mesmo parado
Avança luz verde
Na noite escura
Que cobre as casas
Mas não as ideias.




Miguel Nuno, 2008



Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 e meio - Almada, Dezembro 2008

Mensagem


De braços abertoste recebi
o meu tempoa minha atenção
te dispensei...

Do meu coração
as portas abri
mágoas antigas guardei
o passado não esqueci
mas o teu silêncio respeitei...

De ti apenas exigi
respeito e consideração
com sinceridade agi
amizade te ofereci...

Mas agora que de novo partiste
sem nada explicar
finalmente percebi
que de ti nada posso esperar!


Minda



Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 e meio - Almada, Dezembro 2008
(Ilustração de Jorge Feliciano)

sexta-feira, dezembro 26, 2008

CINEPSICOCITADINO



Corpos licorosos despindo a madrugada

Líquenes embriagados
Transformistas sequiosos

A mental fanfarra dos incautos

Percorrendo alamedas perniciosas
O cio vendido ansiosamente à pressa
As mãos trémulas acariciando luas incandescentes
Em festivos gemidos triunfantes

Só de alma
Alma só

Violentado riso
Palhaço sem gargalhada
Ultimo suspiro da piada
O néon salpica o crítico
Comediante frustrado de língua frustrada

O inominado rendido,
Iletrado às aranhas
Em matutinos gratuitos
Sapiência sonolenta

Frequências frenéticas
Ouvidos cibernéticos
Implantes televisivos
Numerologia às avessas
Horóscopos silicónicos

Vaidades espelhadas em buços rapados à pressa
E imitações aberrantes de modas doentias

Alma só
Só de alma




António Boieiro

Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 e meio - Almada, Dezembro 2008

(desenho de Sturrefsit Adjukaartix, anos 90)

quinta-feira, dezembro 25, 2008

O último a rir




quando joão se riu de fernando, fernando riu-se de joão
pensando que assim seria o último a rir. mas
andré riu-se de josé que se ria de joão. fernando
riu-se de todos e pensou que assim seria
o último a rir. mas lucília riu-se de marília
e marília riu-se de lucília pensando
que assim seria a última a rir. mas fonseca
riu-se de alberta que se ria de natália que se
ria de proença que se ria de lousada que se ria
de albertino que se ria de francisca que se ria de
tobias que se ria de cristina que se ria
de afonso que se ria de antónio que
se ria de baltasar que se ria de ana que se
ria de mariana que se ria de marília que se ria
de andré que se ria de fernando que se ria de joão.

quando todos se calaram era já noite
e passou-lhes por cima um camião cisterna cheio de vinho
que vinha com as luzes apagadas.

ficou apenas fernando. mas esse
coitado
agora já não tinha ninguém de quem rir.



António Vitorino
Debaixo do Bulcão poezine
número 34 e meio - Almada. Dezembro 2008
(Ilustração de Jorge Feliciano)

terça-feira, dezembro 23, 2008

Debaixo do Bulcão, número trinta e quatro e meio, edição especial uma dúzia de anos!


Este projecto fez 12 anos e, para comemorar, realizou mais uma edição, desta vez (e excepcionalmente) só com autores convidados.
Por ser uma edição pequenina (com 12 páginas apenas) não chega a ser um número completo: é o trinta e quatro e meio.
Ficha desta edição:
Textos de Afonso Gallo, Z.BTTA, BB Pásion, Minda, Miguel Nuno, António Boieiro, António Vitorino
Paginação e ilustrações de Jorge Feliciano
(e um agradecimento especial à Ermelinda Toscano)
Enviamos, via e-mail, as maquetes digitalizadas desta edição (para vocês imprimirem em casa).
pedidos para debaixodobulcao@netcabo.pt

sábado, dezembro 20, 2008

Um novo colectivo poético almadense: Jovens Poetas Vadios

Depois do Debaixo do Bulcão e do grupo Poetas Almadenses, Almada tem mais um colectivo poético. Chama-se Jovens Poetas Vadios (http://jovenspoetasvadios.blogspot.com/) e fez a sua apresentação pública na Biblioteca Municipal de Almada, durante a sessão de "poesia vadia" de Dezembro.

Têm como objectivo assumido "despertar em outros jovens a vontade de ler, escrever, ou simplesmente gostar de poesia" e "incentivar outros jovens poetas a manter viva esta arte de escrever".
Na apresentação do projecto lançaram também uma edição, em nome próprio, dos cadernos de poesia Index Poesis (caderno nº 72), com textos de Sandra Marisa Gonçalves Gomes, Pedro Esteves, Dummador, Akul Ekulf, Fábio Queirós, Alexandre Soares, Nelson 'Ngungu' Rossano, João de Matos, Ramires, Didier Ferreira.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Poesia vadia, sábado, na Biblioteca Municipal de Almada


Biblioteca Municipal de Almada
Sábado, 20 de Dezembro, 17h30
Sala de Adultos


A próxima sessão de poesia vadia (evento mensal organizado pelo colectivo Poetas Almadenses) vai realizar-se sábado no Fórum Municipal Romeu Correia. E, por estarmos na época do Natal, os organizadores prometem «uma sessão de poesia vadia e cantares de Natal animada pelos Poetas Almadenses, com a presença da poetisa Rosa Dias e o Grupo das Cantadeiras da Alma Alentejana».

Além de de tudo isso haverá (prometemos nós) a distribuição de mais um Debaixo do Bulcão poezine: número 34 e meio, especial e comemorativo do 12.º aniversário deste projecto!

segunda-feira, dezembro 15, 2008

reabertura do blog aranhiças & elefantes


dia 15/Dezembro/2008, 2ª F

REABERTURA do blog aranhiças & elefantes!


Depois de uma drástica sabáStica eis-nos de volta à selva, dizemos, blogosfera.

Visitem-nos! ESCANGALHEM-NOS!!! Comentem-nos! Critiquem-nos!
Depois do blogger.com, agora as aranhiças & elefantes estão no youtube!!!vejam os animais em exposição, a.k.a performances poéticas a & e. (escusado será dizer que o próximo passo é consti(poetic)ar o mundo - muahahah)

aguardamos a vossa presença!obrigada!
abranhaços e trombeijos
http://www.aranhicaselefantes.blogspot.com/

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Por: ali



...onde todos os lugares se juntam
Onde o olhar se acerca do amor (... que palavra feia!)
Olhamos ternos aquilo que queremos com querer


O olhar debruça-se finalmente por
Sobre a vontade de amar... acima de tudo


E então olho o céu; e o céu olha-me
Já um pouco cansado... lembro-me:
Sou um adolescente velho


O olhar debruça-se finalmente por
Sobre a vontade de amar... acima de tudo


... dou mais meia-volta e vou-me




José João Mota


Debaixo do Bulcão poezine
Número 7 - Almada, Dezembro 1997

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Para que tudo pudesse ser





Para que tudo pudesse ser
Ser como dantes
e dantes, às tantas
não seria diferente?
Diferente como antes
e tantas vezes distante
que não saberia o que fazer
para que tudo pudesse ser.


Paula Cristina

Debaixo do Bulcão poezine
Número 1 - Almada, Dezembro 1996

zero um um zero um um


01


álea de cimento.vegetação coerente

os olhos estão fixos na ravina
minha precária materialidade.
espelho turvo. a face exposta a todos os perigos

altercamos com a palavra dos vermes,
súbito silêncio.

10

dez vezes te resgatei a pele e no entanto
nenhuma destas pedras chega para
compensar o vício da ficção científica que absorves
às cinco e meia da tarde para fugir à tentação
da verdadeira molécula do cio.

11

desculpa-me pequena ave de rapina
a cidade é difícil para verter literatura
enquanto
álea de cimento. vegetação coerente com

o teclado em que aprendeste a simular a guerra.


António Vitorino

Debaixo do Bulcão poezine
Número 1 - Almada, Dezembro 1996

sexta-feira, dezembro 05, 2008

"SENTEM-SE ESPASMOS" - Camilo Pessanha



Sentem-se uivos na
montanha mágica. Ouvem-se
os silvos suspirados dos
ventos húmidos. Sabem à
metamorfose da alegoria rica
em conteúdo transcendental.
Sabem ao sal do sumo
sanguíneo, fluxo gostoso que
me queima no
toque solto.
Ouvem-se murmúrios na
voz rasgada, gemidos assusta-
dos perante a força da
descarga limpa.
Ouvem-se gritos anafados
dum ódio de sentir calado.
Sentem-se rumos floreados
pela imensidão do
firmamento ímpar.

Gabriel

Debaixo do Bulcão poezine
Número 7 - Almada, Dezembro 1997

no sorriso do nada, nada vi
no choro do todo, tudo vi
tentei me lembrar do nada, não consegui
tentei me esquecer do todo, tudo lembrei.
depois lembrei-me: estas palavras saíram do nada!!!
então aí queria tudo ver e aí vi que:
no nada vi um sorriso, que nada viu no sorriso do todo
já agora o todo é dotado de não ver nada.

Z. BTTA

Debaixo do Bulcão poezine
Número 7 - Almada, Dezembro 1997

"Eu" sou "assim"




Que seria "eu" sem "mim"?
Aquela força interior que "eu" sinto, parte de "mim".
Aquela brisa que vem do infinito e que renova
o espírito de viver, sou "eu"!

Sei que não posso viver sem "mim"
porque "eu" sou assim!
Sou tudo, sou nada,
sou talvez "eu".
Mas quem vier a "mim" vai descobrir que "eu"
sou a força da natureza
que, com a sua omnipotência,
faz com que "eu" seja feliz!

Felicidade essa que "eu" não entendo,
porque para "mim" ser feliz,
é viver como "eu" sou!

Que há em mim um lado completamente puro e ingénuo,
em que ninguém acredita.
Pois por esse motivo, a "mim" só me interessa
que "eu" seja "eu",
e compreenderão o porquê de "eu" ser "assim"!!!


João Parente




Debaixo do Bulcão poezine
Número 7 - Almada, Dezembro 1997
(Fotografia e grafismo de António Vitorino)

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Poesia Vadia, sessão de Novembro 2008


Fotografias, de Rui Tavares, disponíveis no blogue Almada Cultural (por extenso):
E de Ermelinda Toscano, no blogue do projecto Poetas Almadenses:

Essência da conquista




Na magia da vida
Sonha a beleza
Embalando nas oportunidades
A esperança acolhida

O dançar das emoções
Identifica a ausência
Encantando a natureza
Silencia a razão

A imaginação reanima
Fazendo a diferença
No encontro da felicidade
Sobrevive da igualdade.

Eloísa Menezes Pereira
08/06/2008
Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008
(Imagem trabalhada a partir de uma fotografia de Rui Tavares)

terça-feira, dezembro 02, 2008

PALAVRA INDOMÁVEL


Um fogo ilimitado
se espalha
pelo ar descuidado.

Tiro a chave da porta.

A temperatura da água
ferve em fuga sobre a pele.

O café está pronto.

O raio magnetizado
percorre
o cobre sem fita isolante.

Açúcar ou adoçante?
Mel...

Goteiras inundam os poros.

Arranco as tomadas
na tempestade e escrevo meu romance
numa folha de papel.

Sorvo café com amor, desligo o computador
e me ligo numa alternativa... Fonte de energia.



Madalena Barranco
Registro na FBN/EDA

Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008

http://flordemorango.blogspot.com/

quinta-feira, novembro 27, 2008


a formiguinha que seguia a linha branca de coca em cima do tampo da retrete do quarto de banho da discoteca banhadas não tinha a mínima percepção do longo tubo de alumínio que joão louro manuseava com uma perícia de viciado; ambidestrado, em coca mestrado. joão louro também não fazia a mínima ideia que a coca que inalava tinha uma formiguinha que passava...

a traça que planava os montes de vila alva esgueirou-se pela janela aberta de um fiat salva foi atraída pela luz de fogo fátuo de um isqueiro em brasa manuseado por joão louro um carocho que na calma derretia a substância de nome heroína que lhe havia de dar uma doce morte que estava na sua sina. a traça sem oferecer resistência foi a pique.

joão louro não fazia a mínima ideia que a chinesa que fumava tinha uma traça que passava...





Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008
(foto de Rui Tavares)

quarta-feira, novembro 19, 2008

A frase de efeito de hoje


Extraio sumos do extinto.
Limito a procura ao escuro que me instiga.
Novamente lembro, (coisas do intuitivo)
Tenho alguma palavra,
outras aberturas além de alguma palavra.
Toda visão de não estar neste comércio de palavras.

Minha cabeça mexe, excede o pronome,
o pré-nome que espero;
o exame da íris no ermo das páginas.

Visto o que subsiste,
engulo um pão-de-queijo, um vestígio,
e, guardiã, perfuro a folha de rosto.


Tere Tavares

Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008

Memória do deserto.




Começara ao ali cair
o tempo a fazer se naquele estado
a caminho, e o olhar, no deserto.

(N)aquele prévio tempo como altura do dia e logo
é raio alto e só imenso o caminhar, e quanto pior,
que o melhor do que aproveita o deserto, ao deserto
é seu fim, feito e nesses dias, da memória, o rarefeito
ar, cerrado ; o claro olhar no ir do deserto é que cai fundo.

Estâncias dos de si mortos e no deserto as por completas
paixões como séries de passado que sempre traz o grito e
gaza a memória que enquanto corre é não mais do que a
miragem de um avanço, ou pé após pé, ou mesmo até ao
depois do deslizar da memória soberba, ou os seus traços
incinerados, ou o sol no braseiro, do deserto.

Já não queima após este o levar por quanto tempo caído e
apenas o deixa, calcinado, o traço que fica dessa memória,
do deserto, e aquando das horas que ausenta o aval da hora
passa, da miragem, da cólera que dali corre e tudo fica ao
tempo faz se, nessa hora o deserto do silêncio, olhar aberto
por instante ; e tudo isto já não é mais que o valha, ou tudo
antes que passo, após passo, como pode ser no deserto, nele
os olhos vistos a claro, contado traço de, pois, do deserto.

- e é memória da memória a do deserto -

Nuno Rocha
Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008

As memórias das memórias...


Não nunca me esqueci de ti... escondes-te e apareces nas manhãs da minha memória, despertas-me através de cheiros, de sons e de sensações.

Quantas vezes de julgo perto, tal e a certeza da tua presença.

Invades o meu pensamento por incontrolável tempo, levando-me a viajar por locais sem nome nem localização no mapa, os nossos corpos fundem-se na eternidade do momento, são almas separadas sem rasto ou sem retorno...

Apagas-te e recrias-te consoante o momento, as vezes penso que te conheço, quando noutras me pareces tão distante.

Acorda-me deste medo de te perder para sempre. Por que ruas tenebrosas caminhas tu. Dá-me um mapa da tua caminhada, marca um ponto de encontro comigo num cruzamento viável.

As palavras de nada servem, ate tu própria já mo disseste, por isso dá-me a oportunidade de partilhar um momento contigo e ajudar-te na escolha do caminho da incerteza... porque toda a escolha e incerta...

Lembra-te de ti, e do que eras a pouco tempo atrás, dos sonhos e projectos que tinhas... ou será esse o teu problemas?

Os fantasmas memoriais pregam-nos sustos a todos os instantes, cabe-nos a nós tentar combate-los, por vezes diariamente. Embora a vitoria dessa batalha não ser eterna, é uma bengala que nos ira ajudar a apoiar-se noutras batalhas contra outros fantasmas e muitas das vezes com os mesmos fantasmas, supostamente já vencidos.

Lembra-te que o caminho da certeza é e será sempre uma incógnita.

Há um desgasto e uma fusão de conceitos aparentemente ténue mas que marca profundamente a sociedade em que vivemos, o conceito de certo e errado andam ligados como o amor e o ódio…

Somos uns renegados da sociedade actual, a que tanto acredita na suposta democracia imposta e na igualdade de direitos e de raças... nem preciso de continuar a comentar o resto, basta olhar a nossa volta.

Por isso segue o teu instinto, mas com cuidado com o andamento que tomas, da sempre a margem da possibilidade de recuar.

Já chega de ruas de sentido único e de paragens obrigatórias... nada e obrigatório ate tu o decidires como tal. O meio influencia em demasia a personalidade do individuo, poucos são aqueles que conseguem lançar-se para as linhas de fogo.

Quero reencontrar-te... por onde andas tu???


Marisa Sá - Luso

Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008
(Foto de Rui Tavares)

segunda-feira, novembro 17, 2008

Plume


Quando vendi a minha Alma ao Diabo… ele foi gentil!

Quando a comprou
tinha os olhos fixos nos meus,
e os meus não conseguiam desprender-se dos dele.
Estava um calor tão envolvente
que me aqueceu, muito.
Aquecia-me até aos ossos,
depois do longo Inverno.
Só ele me acalmava, e eu, tão fatigada que estava
de correr, e não achar fim…
À minha grande solidão.
Ele surgiu.

Com o sorriso nos lábios avermelhados
pelo vinho, que saboreava calmamente,
sentado na sua poltrona de veludo,
tão vermelha como os seus lábios,
falava baixinho e ao mesmo tempo as mãos, vagarosamente,
acompanhavam os gestos meigos das suas palavras. Disse-me:

- Não te preocupes… tudo correrá como desejas!

Deitei-me a seu lado,
deixei que me acarinhasse,
e aninhei-me nele.
O calor era cada vez maior,
o meu desejo também,
e ele sabia de tudo.

Perguntei-lhe:

- De que depende a minha destreza na Vida, para poder lidar com o desprezo humano?

Ele disse meigamente, colocando o seu dedo nos meus lábios:

- Chiuummm… Ama-me muito.

Encheu um copo, e entregou-mo. Disse-lhe:

-Je suis tellement perdue!
-Moi aussi!
-É bom…
-Bem vejo!

E despiu-se para mim, a cantar:

- Sex... Beat.

A face molhada de Sexo aqueceu-me.
Ofegante… queria senti-lo mais…
mais profundo…
fundo de tanto quanto o podia ter…
em momentos lentos, mas violentos
da minha força carnaz,
enquanto bebíamos o licor
espaçadamente entre os abraços e beijos …
doces,
em que ele com o dedo
me molhava os lábios.
no sofá de veludo…
tudo perfeito
tão suave…
Sussurrou:

- Sexo saboreia-se em doces modos na violência do desejo concretizado.

Pareceu-me que todos os Mortos se levantariam hoje para poderem eles, beijar os seus Amantes,
Se na carne ainda lhes corresse Vida!
Se o tutano ainda lhe humedecesse os Ossos!
Se as pupilas se dilatassem com o Desejo!
As minhas mãos nas suas costas, fecharam-se em abraço... e abraçando-o, disse-lhe:

-Quero-te… quero-te…

Depois disto,
Os mortos descansaram os corpos,
E dançaram com a Alma a balalaica do Desejo.
- Je suis ton fou

- Moi aussi!

As nuvens suspensas no imensurável céu Azul eram também a água evaporada, do suor dos Amantes.
E todos os dias de Sol
me queimaram a face
de sal e rugas...
a pele branca.
Porque só ele me aquece!
Aonde estará ele agora?…

Quando…
voltará a dançar…
a minha Alma?


Violeta


Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008


(ilustração da mesma autora)

quinta-feira, novembro 13, 2008

Debaixo do Bulcão na Feira Internacional do Fanzine de Almada

Está a realizar-se em Almada mais uma Feira Internacional do Fanzine (entre 7 e 15 de Novembro, no Ponto de Encontro - Casa Municipal da Juventude, Cacilhas).



O Debaixo do Bulcão não podia deixar de comparecer a esta iniciativa. Até porque, afinal, o projecto nasceu naquela casa, e editou o seu primeiro número durante a Feira do Fanzine de 1996 (a história já foi contada, por exemplo, aqui).
Este ano, os visitantes do certame encontram exemplares de todas as edições que publicámos (e são todas, mesmo, mas só para consulta...). Eventualmente, talvez encontrem ainda um ou outro exemplar da edição mais recente - e essa podem levá-la convosco.


Mais informações sobre a Feira Internacional do Fanzine (edição actual, história, entrevista com dois dos criadores do evento), no blogue Almada Cultural (por extenso):
http://almada-cultural2.blogspot.com/search/label/Feira%20Internacional%20do%20Fanzine%20de%20Almada

quarta-feira, novembro 12, 2008




O feijão frade demora-se nos coentros
acabrunhando a brandura obediente do
asinino esfrangalhado em molho picle, é
o regime piramidal dos espatifados sioux
servindo cubinhos enfeitiçados de alho
ao cume do civismo socialyte, apurando,
com complacência, os termos laxismo e
sodium laureth sulfate, todos encharcados
em azeite e vinagre onde os anafados, e
regimentadas afilhadas, se contorcem na
medíocre textura de confiança engendrada
como anti-psicótico para os convivas que,
assim acostumados a tourear e seguros do
mecanismo de bluff prosaico da roleta-russa,
vão coagulando o esófago candidato a rival
com indirectas depuradas de virtuosidade.


Denominam-se de infiltração nos canos
neste imparável panóptico fenomenal, uma
civilização complicada até ao formato
monopólio onde se agudizam os agachados
arriscando à lerpa,apostam o PIB do país
embalados pela judiciáriaque salva-vidas oro
dispersáveis em vicodin e, o moscardo
mandamento da kaballah, vocaciona-os
para prosmeiros compromissos de berbequim.

João Meirinhos

http://www.movimento-xexe.blogspot.com/


Debaixo do Bulcão Poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008

terça-feira, novembro 11, 2008


V


Se hoje há um sorriso
uma lágrima está por detrás.

Nenhuma cova de nenhum cemitério
há-de guardar o tamanho desta lembrança.
A vida depois de tudo continua
mesmo com flores já murchas
de todos os tempos perdidos.
Não sou daqui nem de parte alguma
a dor que trago é humana
estou cansado...



XVII


Fosse eu pássaro
fosse eu mar
fosse eu chão
fosse eu sol a pique
no mais quente verão.

Tu e eu
silêncio cúmplice nas tantas barreiras ultrapassadas.

Fosse eu céu
fosse eu riso
fosse eu festa
fosse eu lágrima
para me engolires
por cada vez que te fiz chorar...


Vang

Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008
(Fotografia de Rui Tavares:

sexta-feira, novembro 07, 2008

Guerra

Tanto é o sangue
que os rios desistem de seu ritmo,
e o oceano delira
e rejeita as espumas vermelhas.

Tanto é o sangue
que até a lua se levanta horrível,
e erra nos lugares serenos,
sonâmbula de auréolas rubras,
com o fogo do inferno em suas madeixas.

Tanta é a morte
que nem os rostos se conhecem, lado a lado,
e os pedaços de corpo estão por ali como tábuas sem uso.

Oh, os dedos com alianças perdidos na lama...
Os olhos que já não pestanejam com a poeira...
As bocas de recados perdidos...
O coração dado aos vermes, dentro dos densos uniformes...

Tanta é a morte
que só as almas formariam colunas,
as almas desprendidas... - e alcançariam as estrelas.

E as máquinas de entranhas abertas,
e os cadáveres ainda armados,
e a terra com suas flores ardendo,
e os rios espavoridos como tigres, com suas máculas,
e este mar desvairado de incêndios e náufragos,
e a lua alucinada de seu testemunho,
e nós e vós, imunes,
chorando, apenas, sobre fotografias,
- tudo é um natural armar e desarmar de andaimes
entre tempos vagarosos,
sonhando arquitectura.


Cecília Meireles
in Mar Absoluto e Outros Poemas - 1945

Cecília Meireles (7 Novembro 1901 - 9 Novembro 1964)
foi uma das mais importantes vozes da poesia brasileira.

Mais sobre esta autora:

http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp

(Nota: este poema e a fotografia que o acompanha, foram copiados do jornal português Diário de Notícias, edição de 7 de Novembro de 2001)

domingo, novembro 02, 2008

Sobre a Pedra




Já uma leve lágrima
Lava os rasgos
Da fome, isola as frases
Na pele e uma rubra
Ferida explica os raios
Do luar, a travessia das
Estrelas.
Sobre a pedra adormecem os
Sonhos vagos em que
Esqueceste de olhar
O lado de lá, onde
Escondes solidões.


Gabriel 98

Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008

sábado, novembro 01, 2008

Molero em Cacilhas


´
Requiem para Dinis Machado



Naquele fim de tarde,
Molero engalanou-se e atravessou o rio,
Inebriado pelo convite de um amigo,
Que lhe prometera muita “palheta”, belos petiscos,
E claro, um dos melhores tintos da Margem Sul...

Molero deixou o Cais de Sodré,
Numa das barcas grandes mistas
Que furavam as águas do rio.

Viajou no convés, povoado de carros,
Com uma cigarrilha no canto da boca
Entretido a fabricar nuvens à volta
Dos seus olhos sonhadores, presos ao Tejo,
Que dançava uma valsa lenta com o Vento.

Ele não sabia,
Mas Cacilhas esperava-o, envaidecida,
Queria muito saber o que dizia Molero,
Daquela “pomada” e dos enchidos caseiros.

E Molero disse tanto,
Apenas com o olhar luminoso.

O sorriso de bom malandro iluminou-se,
Quando foi confundido com o Machado da Adega
E não com o Mcshade dos livros,
Ambos figuras de cartaz do Bairro Alto.
De tantos amores, tantas vezes indelicados...

Os copos enchiam-se e as personagens chegavam e sentavam-se,
Enleadas com o decorrer daquele filme,
Ainda com a beleza dos tons a cinzento.

Antes de apanhar o último barco,
Molero ainda escutou dois fados castiços
E falou da poesia que inunda as ruas,
Na companhia de Borges e de Pessoa...

Depois despediu-se,
Sem ter de fazer o quatro
E sem voltar a olhar para trás,
Como extraordinário fixador que era,
De filmes e livros policiais.

Já dentro da barca,
Acendeu uma cigarrilha no convés
E ficou a conversar com as estrelas,
Com a cumplicidade do Tejo e das marés...


Luís Milheiro
http://casariodoginjal.blogspot.com/
Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 - Almada, Outubro 2008

(Fotografia de Rui Tavares
http://fotografiacriativaruitavares.blogspot.com/
- Cais do Ginjal, Cacilhas, Almada)

quinta-feira, outubro 23, 2008

Debaixo do Bulcão poezine - Número 34 - Almada, Outubro 2008


textos Alexandre Castanheira; António Vitorino; BTTA; BB Pásion; Bruno Santos; Eloísa Menezes Pereira; Gabriel; João Meirinhos; Joana Fernandes; Luís Milheiro; Madalena Barranco; Mário Lisboa Duarte; Marisa Sá; Minda; Nuno Rocha; Tere Tavares; Vang; Violeta
capa, arranjo gráfico, fotografias (poema por imagens) – Rui Tavares
desenho pag. 27 - Violeta

Brevemente em distribuição em Almada.

Para receber a edição via internet (formatos jpeg ou pdf), é favor contactar


(António Vitorino, coordenador)

terça-feira, outubro 21, 2008

Poesia: para ver, olhar e ler

Trabalhos de Miguel Carvalho, Rui Roque, Liliana Vasques, Olga Pascoal e Raquel Casqueira, em "Oficina de Poesia, revista da palavra e da imagem"







"Oficina de Poesia - revista da palavra e da imagem" é uma publicação periódica (da editora Palimagem) de um projecto criado há onze anos, em Coimbra.


sexta-feira, outubro 17, 2008

"A poesia" - uma reflexão sobre criação literária, em finais do século XIX...


(Texto assinado por A. de Lamartine, em "Jornal do Domingo", Outubro de 1887)

«Muitas vezes ouvi perguntar: O que é a poesia? Tanto valera dizer, na minha opinião: O que é a natureza? O que é o homem?
Nada se define, e esta impotencia de definição é precisamente a suprema belleza de tudo quanto é indefinível.
Deixemos pois ao gramatico ou ao theorico que defina, se podér, a poesia; nós dizemos pura e simplesmente a verdadeira palavra: mysterio da linguagem.

A poesia, tal como a concebemos, não é realmente nada do que dizem; não é rytmo, rima, canto, imagem, côr, figura ou metaphora no estylo; não é sequer verso; é tudo isso na fórma, ainda que tambem prescinda d'ella; é porém ainda mais que tudo isso: é a poesia.


Ha em todas as coisas humanas materiaes ou intellectuaes, uma parte ethérea, impalpavel, transcendente, e, por assim dizer, atmosphérica, que parece corresponder mais especialmente á natureza divina do nosso sêr.
O homem, por effeito de um instincto occulto, mas universal, parece têr sentido, desde o princípio dos tempos, a necessidade de exprimir em linguagem differente as coisas distinctas. Collocado, para sentil-as e exprimil-as, nos limites d'essas duas naturezas humana e divina que se tocam e se confundem n'elle, o homem não conserva por muito tempo a mesma linguagem para exprimir o humano e o divino das cousas. A prosa e a poesia repartiram a sua linguagem, como repartiram a creação. O homem fallou das cousas humanas e cantou as cousas divinas. Á prosa, coube em partilha a terra e tudo o que com ella tem relação; a poesia teve o céu e tudo o que passa além da humanidade na impressão das cousas terrestres. N'uma palavra, a prosa foi a linguagem da razão, a poesia a do enthusiasmo ou do homem elevado pela sensação, pela paixão e pelo pensamento ao seu mais alto poder de sentir e de exprimir. A poesia é o divino da linguagem.


Quereis uma prova d'essa distincção, tirada do facto e não da theoria? Observae desde a origem das litteraturas o que pertenceu á prosa e o que foi do domínio da poesia.

Em todas as línguas, o homem fallou e escreveu em prosa as cousas necessarias á vida physica ou social: agricultura, política, eloquencia, historia, sciencias naturaes, economia publica, correspondencia epistolar, conversação, memorias, polemicas, viagens, theorias philosoficas, negocios publico, negocios particulares, tudo o que pertence puramente ao domínio da razão ou da utilidade foi cedido, sem deliberação, á prosa.
Pelo contrario, em todas as linguas, o homem cantou geralmente em verso a natureza, o firmamento, os deuses, a piedade, o amor, ess'outra piedade dos sentidos e da alma, as fábulas, os prodigios, os heroes, as façanhas ou as aventuras imaginarias, as odes, os hymnos, os poemas, finalmente tudo o que está um ou cem graus acima do exercicio puramente usual e racional do pensamento.
O verbo familiar tornou-se prosa; o verbo transcendente encarnou-se nos versos. Um discorreu, o outro cantou.
Porque razão existe semelhante differença n'estes modos diversos da expressão humana? Quem ensinou ou impoz ´s humanidade que devia escrever estas cousas em prosa e cantar aquellas em verso? Ninguem. O mestre de tudo, o fundador e o legislador das fórmas e da expressão humana, não é senão o instincto, essa revelação surda mas imperiosa e por assim dizer fatal no nosso ser e em todos os sêres. Analysemo-nos a nós mesmos:
O homem sensitivo e que pensa é um instrumento sonoro de sensações, de sentimentos e de idéias. Cada corda d'este instrumento, afinado pelo Creador, experimenta uma vibração e produz um som proporcionado á emoção que a natureza sensivel do homem imprime no seu coração ou no seu espírito, pela commoção mais ou menos forte que recebe das coisas exteriores ou interiores.
Á excepção da extrema dor, que quebra as cordas do instrumento, e que lhes arranca um grito inarticulado, grito que não é prosa nem verso, canto nem palavra, mas um despedaçar convulsivo do coração que estala, o homem serve-se, para exprimir a sua commoção, de uma linguagem simples, habitual e afinada como ella.


Quando, pelo contrario, a commoção é extrema, exaltada, infinita; quando a imaginação do homem se dilata e vibra n'elle até ao enthusiasmo; quando a paixão, real ou imaginaria, o exalta; quando a imagem do bello na natureza ou no pensamento o fascina; quando o amor, a mais melodiosa das nossas paixões, porque é a mais sonhadora, o obriga a inspirar, invocar, adorar, sentir, chorar o que ama; quando a piedade o enleva nos seus sentidos e lhe faz entrevêr lá longe nos ceus, a belleza suprema, o amor infinito, a origem e fim da sua alma, Deus! e quando a contemplação extatica do Sêr dos sêres, lhe faz esquecer o mundo dos tempos pelo mundo da eternidade; finalmente, quando nas suas horas de descanço na terra, se desprende, nas azas da sua imaginação, do mundo real para perder-se no mundo ideal, como um navio que entrega ao vento o seu velame e que se separa insensivelmente da praia para o imenso oceano; quando se gosa da innefavel e perigosa voluptuosidade de sonhar com os olhos abertos, então as impressões do instrumento humano são tão fortes, tão profundas, tão piedosas, tão infinitas nas suas vibrações, tão sonhadoras, tão superiores ás suas impressões ordinarias, que o homem procura naturalmente para exprimil-as uma linguagem mais penetrante, mais harmoniosa, mais sensivel, mais metaphorica, mais levantada, mais musical, que a sua lingua, em ordinario, e inventa o verso, o canto da alma, como a musica inventa a melodia, o canto do ouvido; como a pintura inventa a côr, o canto dos olhos; como a esculptura inventa os contornos, o canto das formas; porque, cada arte canta para um dos nossos sentidos, quando o enthusiasmo, que é a commoção no seu mais alto gráu, se apodera do artista.

Só a poesia, que é a arte das artes, canta para todos os sentidos completamente e para a alma centro divino e immortal de todos os sentidos.
Logo, a uma impressão transcendente, corresponde tambem um modo transcendente de exprimil-a. Eis, a nosso vêr, toda a origem e explicação do verso, essa sublimidade da expressão, esse verbo do bello, não só no pensamento, mas ainda no sentimento e na imaginação. »

A. de Lamartine





Notas: Este texto de finais do século 19 - aqui reproduzido de acordo com a ortografia da época - encontra-se no "Jornal do Domingo" (2ª série - Anno I - nº 33). Tratava-se de uma publicação semanal, ilustrada, que dava particular destaque a artigos sobre literatura e arte(s), mas continha também textos de reflexão política, bem como notícias e "curiosidades" sobre avanços das ciências e das tecnologias da época em questão. O director era M. P. Chagas (Pinheiro Chagas?). Quanto ao Lamartine que assina este artigo, poderá tratar-se do escritor francês Alphonse Lamartine (embora, à data desta publicação já ele tivesse falecido)? Se algum leitor deste blogue tiver informações que queira partilhar connosco, não se acanhe: envie-nos a sua contribuição para
debaixodobulcao@netcabo.pt

António Vitorino

quarta-feira, outubro 15, 2008

Almada Cultural (e arredores...)


O Fim de Página, bar do Fórum Municipal Romeu Correia (biblioteca central de Almada)
convida para uma noite de música e fotografia, sexta à noite : «Revisitar as "Cantigas
do Maio" e as diferentes expressões musicais de raiz popular no mundo, sob o olhar
fotográfico de Marcos Borga e múltiplas raízes musicais ao som da música portuguesa e
do mundo dos Gueixa»...



Ângela Ribeiro apresenta em Alcochete (Fórum Municipal, 24 de Outubro, 16h00) a sua
adaptação, para Teatro de Marionetas, do clássico "Alice no País das Maravilhas", de
Lewis Carrol...


O Teatro Extremo acolhe, em Outubro e Novembro, dois projectos do grupo Ninho de
Víboras
...


O Teatro Fórum de Moura promove formação no âmbito do "Teatro do Oprimido"...

Em Cacilhas, os Escuteiros locais recriaram a tradição das "burricadas" - o jornalista
Bruno Rodrigues esteve lá para fazer reportagem...


... e tudo isto (e muito mais...) encontra-se nos blogues

quinta-feira, outubro 09, 2008

3º Concurso Literário Guemanisse de Minicontos e Haicais / 2008


Objetivando incentivar a literatura no país, dando ênfase na publicação de textos, a GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA. promove o 3º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE MINICONTOS E HAICAIS, composto por duas categorias distintas:

a) Minicontos;
b) Haicais,
Entrega de originais até 13 de Outubro.
Mais informações no site da editora:
http://www.guemanisse.org/

segunda-feira, outubro 06, 2008

Obrigado até já!

Caros amigos e coaboradores:

O prazo para entrega de trabalhos para a edição 34 do poezine (Debaixo do Bulcão, impresso em papel) terminou.

Agradecemos aos autores que nos enviaram textos via correio electrónico
- a saber, e por ordem alfabética:
Alexandre Castanheira, BB Pásion, Bruno Santos, Eloisa Menezes Pereira, Gabriel, Joana Fernandes, Luís Milheiro, Madalena Barranco, Mário Lisboa Duarte, Marisa Sá, Minda, Nuno Rocha, Tere Tavares, Violeta.

No caso de nos termos esquecido de alguém, façam o favor de avisar, para debaixodobulcao@netcabo.pt

Em breve daremos novidades (datas e locais de distribuição).

Entretanto, podem começar já a enviar contribuições para a edição de Dezembro, com a qual iremos comemorar o 12º aniversário deste projecto.

(Obrigado pelas vossas colaborações, e até já!)

A.V.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Debaixo do Bulcão 34 - textos até 5 de Outubro!


O Debaixo do Bulcão poezine, número 34, sai no próximo mês.
A data-limite para envio de textos é
domingo, 5 de Outubro.
Podem enviar poesia ou prosa (textos não muito extensos) para
debaixodobulcao@netcabo.pt
(na imagem: pormenor da capa do poezine número 10, Setembro 1998 - desenho de Pedro Alves)

terça-feira, setembro 23, 2008

Poesia Vadia regressa no próximo sábado


Depois das férias, a Poesia Vadia está de regresso.

É já no próximo sábado. Dia 27, a partir das 17h30m.
No Café Les Bistro, em Almada.

Aparece.

E trás um amigo (ou vários, porque a casa chega para todos).

Saudações poéticas


Poetas Almadenses - http://poetas-almadenses.blogspot.com/
(Almada... a poesia está na rua!)