quando joão se riu de fernando, fernando riu-se de joão
pensando que assim seria o último a rir. mas
andré riu-se de josé que se ria de joão. fernando
riu-se de todos e pensou que assim seria
o último a rir. mas lucília riu-se de marília
e marília riu-se de lucília pensando
que assim seria a última a rir. mas fonseca
riu-se de alberta que se ria de natália que se
ria de proença que se ria de lousada que se ria
de albertino que se ria de francisca que se ria de
tobias que se ria de cristina que se ria
de afonso que se ria de antónio que
se ria de baltasar que se ria de ana que se
ria de mariana que se ria de marília que se ria
de andré que se ria de fernando que se ria de joão.
quando todos se calaram era já noite
e passou-lhes por cima um camião cisterna cheio de vinho
que vinha com as luzes apagadas.
ficou apenas fernando. mas esse
coitado
agora já não tinha ninguém de quem rir.
António Vitorino
Debaixo do Bulcão poezine
número 34 e meio - Almada. Dezembro 2008
(Ilustração de Jorge Feliciano)
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