Corpos licorosos despindo a madrugada
Líquenes embriagados
Transformistas sequiosos
A mental fanfarra dos incautos
Percorrendo alamedas perniciosas
O cio vendido ansiosamente à pressa
As mãos trémulas acariciando luas incandescentes
Em festivos gemidos triunfantes
Só de alma
Alma só
Violentado riso
Palhaço sem gargalhada
Ultimo suspiro da piada
O néon salpica o crítico
Comediante frustrado de língua frustrada
O inominado rendido,
Iletrado às aranhas
Em matutinos gratuitos
Sapiência sonolenta
Frequências frenéticas
Ouvidos cibernéticos
Implantes televisivos
Numerologia às avessas
Horóscopos silicónicos
Vaidades espelhadas em buços rapados à pressa
E imitações aberrantes de modas doentias
Alma só
Só de alma
António Boieiro
Debaixo do Bulcão poezine
Número 34 e meio - Almada, Dezembro 2008
(desenho de Sturrefsit Adjukaartix, anos 90)
Sem comentários:
Enviar um comentário