Ela está grávida
e o bebé canta para dentro de si.
Ela atravessa o rio
e o bebé dança de dentro para fora.
Ela dança cá fora
de pernas mais curtas do que outrora
e o corpo é dela mas não só,
e não é só ela quem dança
não é só ela que embala o corpo
porque a música vem de dentro dela
do seu meio,
embrulhado em aconchego único
suave e vital.
E ela tem frio
e não é só ela
é o bebé dentro dela.
E ela treme
o corpo dentro da pele
e não é ela
é o bebé no seu centro
nos seus olhos
no seu sangue
e por todo o corpo.
Ela vê o gato
no parapeito da janela
e gosta,
o bebé gosta,
e sorri
pelos lábios da mãe.
Laura Moura
(Debaixo do Bulcão 28, Dezembro 2006)
terça-feira, dezembro 12, 2006
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