quinta-feira, dezembro 14, 2006
Do grito que solto
E da sombra de que fujo
E dos braços que lanço
Em fúria de tempo e espaço
Se separa a linha e o traço
E se equilibra o meu andar
Numa corda em que balanço.
Frente a frente com
As histórias que vêm do mar
Deitei o meu grito na areia
E enterrei a ideia de ar
Com que suspendia a certeza.
Das memórias já só resta
Os momentos em que me feri
Nos teus espinhos
E os aromas
Do pólen
Que libertas
Na doce convulsão
Do grito que segreda
Às paredes eternas do horizonte,
Se soltam os desenhos
Duma carícia que não pude evitar.
Do grito que enfrenta
As marés alternadas (na
Tempestade de Setembro)
Alguma esperança se liberta
Em força, em leveza e ar.
Para sempre o meu grito
Grava nas pedras que se aconchegam
Ao fundo da praia
A profundidade do meu ah
E a sublime libertação
Do medo que me impede de ser
E da vertigem em que
Persigo a beleza, a tentação.
Miguel Nuno
wiguelnuno.blogspot.com
(Debaixo do Bulcão 28, Dezembro 2006)
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2 comentários:
Obrigada pela visita. Gostei do que aqui encontrei, do comum.
Exactamente, o comum.
Os génios vivem entre os comuns e, às vezes, precisam de um incentivozito para se revelarem.
Gostava que este blog contribuisse para, eventualmente, dar esse incentivo a alguém.
E o que comunga este blog com o alicerces.blogspot.com? Vão lá ver.
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