quarta-feira, julho 30, 2008

Vento outonal




Mãos enlaçadas
com as flores do tempo
abraçam a nostalgia
açoitada pelos sinos
do fim de uma tarde,
tocada de folhas e outono,
folheada de ouro
e lembranças.


Dedos como pétalas
se deixam levar pelo vento sul. Este,
lhes fala tépido, mas com ar frio,
do indicador ao mindinho:-
Ainda há esperança... Coada
entre galhos seminus
há anos fios de sol.



Madalena Barranco


Registro na Fundação Biblioteca Nacional.





Debaixo do Bulcão poezine
Número 33 - Almada, Junho 2008

2 comentários:

Debaixo do Bulcão disse...

A(s) foto(s) que ilustram este poema de Madalena Barranco são imagens captadas no Parque da Paz (em Almada) durante o Verão de 2005.

E quando é Verão em Almada, em São Paulo é já inverno... mas já terá passado por lá esse vento outonal?

;)

A.V.

Madalena Barranco disse...

Querido António,

O vento outonal se faz presente em todas as estações paulistanas (de São Paulo), quase sempre indefinidas, onde a lembrança da garoa quase perdida faz o vento dançar entre as folhas das corajosas árvores da cidade.

Muito obrigada pela publicação, gentis comentários, e pelas lindas fotos que ilustram meu poeminha.

Beijos
P.S.: agradeço também sua mensagem em meu blog durante minha ausência.