quinta-feira, julho 17, 2008

Eles

ELES não guiam carros

eles não se EMPURRAM uns aos outros isso faz transpirar
apesar de teres prometido a volta ao mundo em comic books
eles não ouvem música isso faz sangrar em rímel
eles não escolhem CAMINHOS são cobras cegas
eles não se exercem isso é pesado são guizos
eles não se cantam dormem SÓZINHOS por tons
eles não têm cheiro isso marca lã pelos lugares
eles não se andam a questionar por aí nas janelas
eles não têm casa são lâmpadas DE azul a desemaranhar
eles não se EXPOEMam eles têm a PELE fina a desgastar
eles não são esCRAVOs eles fedem a verde em gotas




A Clavícula interior do sono

não entres mais. agora. basta de
pétalas nocturnas. basta. Nasceram
nocivas as trinta mulheres de
olhos radiais tenho um requiem
e plumas brancas para te ver arfar. recorto
os recortes recortados da
parcela que falta
para o meu ombro. caule aquático
.canta-me uma balada. das sete saias
. ou quase nada. se(m)_te(r) tons
dó menor e uma cegonha
poisada como pedúnculo. sabes o que é um pedúnculo? sabes
o que é a nervura de um lenço? segue
cega-me
as glândulas com os guizos
e um castiçal contínuo e desiquilibrado
inquilina fotografias cheias
de ar
de reservatórios de crianças - voltagens de astros.
cospe o bosque completo do umbigo
que na seiva volumosa dos ovos asfixia cobras
corporais geralmente verdes
geralmente longas
mas também abissais alcançam por dentro


poemas colectivos do projecto poético
aranhiças & elefantes
http://3aranhicas.blogspot.com/

Debaixo do Bulcão poezine

Número 33 - Almada, JUnho 2008

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