quinta-feira, junho 14, 2007
Pelo acaso verdades são deixadas,
tornam-se fantasmas abstractos e vagos
que aparecem à noite nas encruzilhadas.
Revelam-se vazios por preencher,
personagens que já não existem
que correm desesperadamente para Ser.
Como sair de um monólogo interior?
Somente eu, fico neste aqui,
neste desafogo silêncio embriagador.
Tendências malditas que aumentam,
monstros desenhados pelas culpas,
tintas entornadas que dispersam.
Palavras e entoações inúteis,
tão tristes cansadas de existir,
tornam-se telas ou poesias fúteis.
Olhares vazios para o Mundo.
Abismos, nadas e mais nadas.
Infinitos, vagueando no Profundo.
Como sair do monólogo interior?
Somente eu, fico neste aqui,
neste inquietante silêncio traidor.
Helga Rodrigues
(Texto e ilustração)
Debaixo do Bulcão poezine
número 26 - Almada, Junho 2004
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