sexta-feira, junho 01, 2007
A história mal contada da menina cara de balão
o meu corpo começa onde o teu acaba
os contornos da história do espaço fazem
a composição;
ouve-la destruir-se para contrair o corpo?
o bloco
que se encaixa no tempo e no espaço, na batalha do lugar, na areia da água
onde as palavras não significam
o encaixe:
éramos uma grande família - o meu corpo e eu.
faz tempo
que os prazeres do invisível já não mentem nas telas de cinema;
agora,
que o sonho nega o colo do sono,
queria entreter-te-me,
contar-te histórias... histórias que não tenho,
roubo as outras, aquelas com quem nunca dormi,
e delas faço-te-me.
a viagem (durante):
o homem que inventou o relógio reconheceu a falta
de estar ontem, hoje e naquele instante;
em segredo, lambo-lhe o nariz.
eram apenas duas pernas sob dois pés sob um chão de manteiga e lá fora
o mundo,
perdendo o ar.
o encaixe deu-se dentro de casa,
onde sempre estiveram as peças da espera.
...Alice que não acorda do meu corpo... quis entrar e comer-lhe o sorriso: uma história minha.
Ângela Ribeiro (poema e ilustração)
angela-ribeiro.blogspot.com
(publicado em Debaixo do Bulcão poezine
número 22 - Almada, Julho 2003)
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2 comentários:
Apreciando este seu maravilhos espaço, meu amigo, parabens, está cada vez melhor.
Abração
www.luizalbertomachado.com.br
Ah, António, mas esta prosa poética está muito boa!!! Parabéns à Angela!!
António, eu acho que o teu blog não mudou de jeitinho, viu? Continua poético e do meu interesse. Beijinhos e muito obrigada pela sua presença amiga em meu bloguinho.
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