Vocês nada têm a ver com isso
E não queria maçar-vos
mas gostaria que me enviassem
a vossa douta opinião
de qual a melhor maneira
de debelar a minha inquietação.
A toda a hora oiço falar
ser necessário ouvir os outros
dialogar fazê-los participativos
que é a melhor maneira de melhorar
a sociedade e a vida de todos
quer felizes quer aflitos
Participar não é fácil É preciso
desejar mas também ser desejado
Para ser partícipe sobretudo de uma causa
tem de ser-se activo Falar não basta
como não chega dizerem-lhe bem-vindo
ao nosso seio Se não estiver seco
o leite é para partilhar por todos
Confesso que estou confuso inquieto
ao participar-vos (comunicar-vos …)
que há quem me queira participativo
e parece não me deixar tomar parte
e muito menos ser parte associar-me
Ou seja sou participável sou
mas não sou parte Por partes gagas
de algum dos surdos apelativos arautos
da participação que a não propicia
Será da minha idade esta confusão
ou é real e necessária cá ao povão
desorientado com tanto aldrabão
Mandem-me a vossa séria opinião
Sendo simples e honesta a reflexão
é já uma boa maneira de participação
ou não? Ponto de interrogação!
Alexandre Castanheira
Debaixo do Bulcão poezine
Número 35 - Almada, Março 2009
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