segunda-feira, abril 06, 2009

do homem que me persegue e da vida:


I
De mãe Mãe, pai operário, José Mãe Homem nasceu cedo e em Dezembro numa casa que tinha uma porta que dava para o Éden.
O Zé, comeu tantas maçãs, tantas as suficientes para se libertar dos conceitos do Bem e do Mal e partiu a cavalo da Serpente. Para onde?! – Quem sabe!?... Ouviu-se falar que discutiu com a família as leis do povo e a Terra Prometida e partiu…
A TV não disse mas fala-se por aí que, José Mãe Homem, morreu cedo e em Dezembro com o último tiro de uma grande batalha.
Muito mais que a Nação sofre a mãe, viúva, que diz às pessoas quando passa por elas:
- Tal como o pai, foi Homem, depois… morreu!...
- Quem foi esse Homem de que a Mãe nos fala, cuja vida e morte não se aprendem na escola?!
José Mãe Homem, cedo e em Dezembro:



II

“……………………….”
Louco descabido!
Um dia a vida bateu à porta do teu Nada, foste à escola.
Mais tarde, tudo bateu à porta da tua Vida, foste ao estádio!
Do lindo berço azul que defecaste, ficaste tu:
Cristão, ateu, pervertido e castrado, conformado
Com os males da Terra e com o caminho
Que a mãe sonhou para ti!
Descansa, que a morte virá no dia exacto,
Tal qual um dia nasceste em Dezembro!....



Debaixo do Bulcão poezine
Número 35 - Almada, Março 2009

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