sexta-feira, outubro 12, 2007

Novo livro de Bernardes-Silva (e um poema do autor, só para "abrir o apetite...")

Poesia Sonetada

é o título do novo livro do escritor Francisco Nogueira Bernardes-Silva.

A sessão de lançamento está agendada para este sábado, dia 13, às cinco e meia da tarde, na Sala Pablo Neruda, do Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada.




Então, considerem-se todos convidados a aparecer por lá!




Para que voltes em breve


Mulher que de repente foste embora,
levada a longes terras pela Vida,
que esta te seja leve, divertida,
enquanto aqui meu corpo por ti chora.

Se acaso tu puderes em qualquer hora
voltar a ser só tu, desinibida,
recorda tudo o que antes da partida
tiveste deste poeta que te adora.

E, caso possas crer que, de entre tantos,
este é o sofrimento em que esmoreço
e rói o que é em mim vitalidade,

apela a teus demónios, a teus santos,
e faz com que eles ordenem teu regresso
tão breve quanto é longa esta saudade!

F. N. Bernardes-Silva


Francisco Nogueira Bernardes-Silva nasceu em Lisboa, na freguesia de S. Jorge de Arroios, em 1930 e vive, actualmente, na Charneca de Caparica. Costuma dizer que, como uma desgraça nunca vem só, tinha de nascer no dia em que Camões morreu (10 de Junho).
Em 1957 concluiu o curso de Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico (Lisboa) e exerceu a profissão sempre na indústria transportadora, desde a metalomecânica ligeira à fabricação de pneus. Foi emigrado em Moçambique e Angola durante cerca de 20 anos. Apresentou um total de quatro comunicações em congressos de engenharia.
Dedica-se à poesia desde a pré-adolescência, mas somente em 1991 foi publicado o seu primeiro livro: Poesia Extravasada (ed. Helver).
Tem colaborado activamente no projecto cultural Poetas Almadenses desde o seu início, participando com regularidade nas sessões de “Poesia Vadia” do Café com Letras, depois café Sabor & Art, em Cacilhas, também já, lamentavelmente, encerrado.Publicou o caderno Uma Dúzia de Páginas de Poesia n.º 8. É citado na antologia Alma(da) Nossa Terra e participa na colectânea poética Index Poesis, ambas organizadas por Ermelinda Toscano.

3 comentários:

Madalena Barranco disse...

António, a poesia de Francisco Nogueira falou do lado vermelho da saudade... Lindo! Beijos.

inominável disse...

com sabor a camões e uma actualização contida de

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Algúa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Debaixo do Bulcão disse...

Olha para nós todos contentes nesta mesa a beber desta garrafa de Bulcão!