Colocado directamente no virtual processo,
Encaixo-me no arquivo-ajuda
De extensão extremamente reduzida.
Teclo os dentes com estes dedos
De unhas roídas
E observo aquele "porco" do rato
Morto há três dias.
Navego, sentado, com um cigarro numa mão
E o rato (quase) completamente inanimado na outra
E o olhar parado vê... finalmente
Uma malha aberta na rede
Por onde me posso escapar.
Assim faço.
Aquele caixote iluminado
Que estranhamente não é bem uma televisão,
Mostra-me no écran
Aquilo que eu vejo para o meu futuro
(O écran está completamente negro)
E é a negrura
Que não tem nada de noite
E que tem tudo de ausência...
Que eu olho...
...
E lixado com isto tudo, apago o cigarro,
E digo para o meu gato que dormia sossegado:
- A merda da máquina deu o peido!!
E estranhamente cheirou-me mal.........
O gato acabara de se peidar para mim.
José João da Costa Mota
Debaixo do Bulcão poezine
Número 1 - Almada, Dezembro 1996
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