Desde quando nasci Que o conheço e lhe quero Como a um irmão meu Como ao pai que perdi, Como tudo o que espero.
É um homem que tem o condão da doçura No sorriso de água, nos olhos cansados, É metade alegria, é metade ternura Nas palavras cantadas, nos gestos dançados, Nos silêncios magoados.
Tem um rosto moreno Que o inverno o marcou E apesar de ser forte, É um homem pequeno Mas maior do que eu sou.
Tem defeitos, é certo. Como todos nós. Sonha, às vezes demais, Fala, às vezes no ar Mas quando dentro dele a alma ganha a voz É tal como se fosse o som do nosso mar, Se pudesse falar...
REFRÃO Foi capaz de mentir, Foi capaz de calar É capaz de chorar e de rir, Tem um quê de fadista, Tem um quê de gaivota, E a mania que há-de ser artista. Quando vê que precisa É capaz de roubar, Mas também sabe dar a camisa. Foi capaz de sofrer, Foi capaz de lutar, È capaz de ganhar E perder.
É um amigo meu que às vezes me ofende Mas que eu sei que me escuta, Que eu sei que me ouve E também compreende. Quantas vezes lhe digo que tenha juízo, Que a mania dos copos só lhe faz é mal, Que a preguiça não paga e que o trabalho é preciso. Ele encolhe-me os ombros num despreso total, Este tipo é assim, mas...
REFRÃO Foi capaz de mentir, Foi capaz de calar É capaz de chorar e de rir, Tem um quê de fadista, Tem um quê de gaivota, E a mania que há-de ser artista. Quando vê que precisa É capaz de roubar, Mas também sabe dar a camisa. Qual o nome final Deste amigo que eu canto? Pois é claro que é Portugal.
1 comentário:
ESTE AMIGO QUE EU CANTO
Desde quando nasci
Que o conheço e lhe quero
Como a um irmão meu
Como ao pai que perdi,
Como tudo o que espero.
É um homem que tem o condão da doçura
No sorriso de água, nos olhos cansados,
É metade alegria, é metade ternura
Nas palavras cantadas, nos gestos dançados,
Nos silêncios magoados.
Tem um rosto moreno
Que o inverno o marcou
E apesar de ser forte,
É um homem pequeno
Mas maior do que eu sou.
Tem defeitos, é certo. Como todos nós.
Sonha, às vezes demais,
Fala, às vezes no ar
Mas quando dentro dele a alma ganha a voz
É tal como se fosse o som do nosso mar,
Se pudesse falar...
REFRÃO
Foi capaz de mentir,
Foi capaz de calar
É capaz de chorar e de rir,
Tem um quê de fadista,
Tem um quê de gaivota,
E a mania que há-de ser artista.
Quando vê que precisa
É capaz de roubar,
Mas também sabe dar a camisa.
Foi capaz de sofrer,
Foi capaz de lutar,
È capaz de ganhar
E perder.
É um amigo meu que às vezes me ofende
Mas que eu sei que me escuta,
Que eu sei que me ouve
E também compreende.
Quantas vezes lhe digo que tenha juízo,
Que a mania dos copos só lhe faz é mal,
Que a preguiça não paga e que o trabalho é preciso.
Ele encolhe-me os ombros num despreso total,
Este tipo é assim, mas...
REFRÃO
Foi capaz de mentir,
Foi capaz de calar
É capaz de chorar e de rir,
Tem um quê de fadista,
Tem um quê de gaivota,
E a mania que há-de ser artista.
Quando vê que precisa
É capaz de roubar,
Mas também sabe dar a camisa.
Qual o nome final
Deste amigo que eu canto?
Pois é claro que é
Portugal.
José Carlos Ary dos Santos
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