sábado, março 15, 2008

TODOS

Todos os meus dias são
Imitação consecutivamente repetitiva de
Todos os meus dias
São imitação repetitivamente consecutiva
De todos os meus dias são
Imitação redundantemente cíclica
De todos os meus dias são imitação
Ciclicamente redundante de
Todos os meus dias são

Mário Lisboa Duarte



IMPOTENCIABILIDADE

Na palavroclastia dos molhes de chaves
Para portas abissais
A poesia não é mais que
Procurar a chave una
Para todas as portas

Frequentemente
Perde-se toda uma vida

Mário Lisboa Duarte


REVELAÇÃO

Um por um
Proponho-me desvendar
Todos os mistérios do mundo

Adormeço ao fim de cinco minutos
A galope de uma ressonância profunda

Mário Lisboa Duarte
http://www.margemdarte.blogspot.com/
Debaixo do Bulcão poezine
Número 32 - Almada, Março 2008

3 comentários:

Mário Lisboa Duarte disse...

Caro AV,

Uma vez mais o meu muito obrigado por mais uma hipótese de colaboração com a poezine DDB.
Um pequeno aparte que talvez tenhaderivado da minha monstruosa falta de atenção: neste último texto, onde se lê "Os mistérios do mundo", deverá ler-se "Todos os mistérios do mundo"

Um abraço

MLD

Debaixo do Bulcão disse...

Eu é que agradeço a colaboração.
Fica a retificação ao texto. Mas garanto que publiquei tal como me foi enviado.

Saudações

António Vitorino

Debaixo do Bulcão disse...

A propósito: era rectificação em vez de retificação.

(Eu até nem sou contra a ideia de eliminar as consoantes que não se vocalizam. Mas, por enquanto, ainda não aderi a nenhum acordo ortográfico).

A.V.