quando era criança
tentei enxertar na terra um pessegueiro.
ele não cresceu:
a terra era boa
o que me faltou foi o talento.
não faz mal:
era só um capricho
eu não gosto de pêssegos.
agora que sou adulto
enxerto nesta terra os meus versos.
não sei se vão crescer:
a terra não é boa
mas dizem-me que tenho talento.
não faz mal:
é só um capricho
pelo menos tento.
António Vitorino
(Agosto 2003)
vitorinices.blogspot.com
segunda-feira, dezembro 17, 2007
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2 comentários:
António, que fofo! Além de pêssegos, botam palavras-maçãs em tua poesia livre de obrigações e recheada de significados. Beijos e feliz Natal!!!!
Obrigado, Madalena!
O seu "Legião de Marias" também foi publicado e há-de aparecer neste blogue daqui alguns dias!
António Vitorino
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