Cerrou-se o portal
Com uma pálida luz
Pensamento mortal
Minha sina, minha cruz.
Na cegueira repentina
Da pupila solitária
Sem lume na retina
Negligente luminária.
Embaraçou o nervo secreto
Sem ilusão de ótica
Da luz, um furto discreto
Na ação caótica.
No reflexo cambiante
Eis uma cena difusa
No meu passo hesitante
Muito mais confusa.
Como cruel navalha
Dilacerou minha segurança
Ergueu-se uma muralha
Dissipou minha esperança.
Sem estímulo luminoso
Orei por um indulto
E o pedido silencioso
Não quero apenas um vulto.
Cintilantes lantejoulas
Já avisto sem luneta
Sem o ópio das papoulas
Exalto a cura em opreta.
Mônica Quinderé
Com uma pálida luz
Pensamento mortal
Minha sina, minha cruz.
Na cegueira repentina
Da pupila solitária
Sem lume na retina
Negligente luminária.
Embaraçou o nervo secreto
Sem ilusão de ótica
Da luz, um furto discreto
Na ação caótica.
No reflexo cambiante
Eis uma cena difusa
No meu passo hesitante
Muito mais confusa.
Como cruel navalha
Dilacerou minha segurança
Ergueu-se uma muralha
Dissipou minha esperança.
Sem estímulo luminoso
Orei por um indulto
E o pedido silencioso
Não quero apenas um vulto.
Cintilantes lantejoulas
Já avisto sem luneta
Sem o ópio das papoulas
Exalto a cura em opreta.
Mônica Quinderé
Debaixo do Bulcão poezine
Número 38 - Almada, Setembro 2010
(Paginação de André Antunes)
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