caras
línguas que não conheço
só reconheço os olhares
que são universais
alguns cheiros mas nem todos
alguns são demasiado internacionais
um homem cambaleia
tropeçando na sua vida e na sua morte
à sua sorte
duas cores
trocam palavras
trocam favores
experimentam-se sabores
aqui
eu não sou ninguém
sou uma raça
sou uma branca
alguém
todos andam agrupados
pouco misturados
quando se juntam
é para trocar
comprar
vender
estas três coisas
estão sempre a acontecer
do amanhecer
ao anoitecer
numa loja
numa esquina
uma troca tem de ocorrer
numa zona de vício
de miséria
o dia não acaba
o corpo não acalma
há uma sede de abandono
ao que nos deixa
completos e dormentes
mesmo que cada vez mais
incompletos e infelizes
o meu cérebro paira
entre a palavra e a cor
como um trovador
canto
e conto
estas histórias que vejo
nesta vida que tenho percorrido
guardo frases
que não serão repetidas
Carolina Rodrigues
línguas que não conheço
só reconheço os olhares
que são universais
alguns cheiros mas nem todos
alguns são demasiado internacionais
um homem cambaleia
tropeçando na sua vida e na sua morte
à sua sorte
duas cores
trocam palavras
trocam favores
experimentam-se sabores
aqui
eu não sou ninguém
sou uma raça
sou uma branca
alguém
todos andam agrupados
pouco misturados
quando se juntam
é para trocar
comprar
vender
estas três coisas
estão sempre a acontecer
do amanhecer
ao anoitecer
numa loja
numa esquina
uma troca tem de ocorrer
numa zona de vício
de miséria
o dia não acaba
o corpo não acalma
há uma sede de abandono
ao que nos deixa
completos e dormentes
mesmo que cada vez mais
incompletos e infelizes
o meu cérebro paira
entre a palavra e a cor
como um trovador
canto
e conto
estas histórias que vejo
nesta vida que tenho percorrido
guardo frases
que não serão repetidas
Carolina Rodrigues
Debaixo do Bulcão poezine
Número 38 - Almada, Setembro 2010
Sem comentários:
Enviar um comentário