Estou abstraído ao meu meio ambiente e o meu pensamento deixa de se preocupar com a noção da distância e do tempo. O tempo, é o meu espaço, e a distância para mim não existe; por ser um espaço necessário à minha passagem.
O tempo, dá-me a reflexão que me permite poder dar a minha opinião, e a minha reflexão tem a premonição da minha mente que me encandeia a uma conclusão depois de uma dupla condição.A opinião é uma influência estranha, lógica ou inevitável vinda do meu intuito súbito com um prognóstico que persiste dentro do meu espírito onde as minhas percepções materiais estão fora do meu consciente, sem relevos e nuances.
Quando me esqueço do tempo, parto para um ponto de um terreno, e olho para dentro do seu espaço a explorar com as mãos livres, e com os meus calcanhares, e repito várias vezes; será que estou a imaginar?Acompanho-me com a mente, e dos meus calcanhares que se movimentam com os meus passos: e sem saber a distancia e o tempo que preciso para voltar para tras.
A minha caminhada é lenta e susceptível a desencadear-se com o reflexo da minha sombra que no solo segue os meus passos amortecidos e regulares, para que não pare o meu reflexo, nem aumente o atraso deste.
Os meus olhos vão indicando a direcção por onde se prolonga o meu olhar: a minha mira é longa, permite-me aproximar da distância com a medida convencional deixada à minha consciência: e assim, vou caminhando até que a laranja fulgurante do sol envergonhado se esconda; depois, sigo com a lua e passeio com os pirilampos que lampejam sem a noção da distância e do tempo, a quem sou insensível, mesmo que esta me queira separar de alguém.
Pedro Alves Fernandes
Debaixo do Bulcão poezine
Número 36 - Almada, Julho 2009
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