O piano impõe a sua mudez
desafinada
enquanto as horas atropelam,
em serenos sussurros,
a impavidez do corpo.
O teto afunda-se
sob a pele,
aconchegando a dor
em suaves volúpias.
Papel de embrulho
para ruínas biológicas.
Num aceno de coisa nenhuma,
retro escavo até ao osso
em busca da toupeira
que me come a vontade.
Mas logo me canso
e deixo-me ficar a
assistir ao banquete.
F.S. Hill
novembro 2011
Debaixo do Bulcão poezine nº40
Almada, dezembro 2011
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