um poema feito em computador
directamente no ecran do computador
(isso não existe. antes escreveste
no teclado do computador)
não existe. se existe
não pode ser poema
propriamente. será
o que estiveres a sentir.
até podes ser tu.
mas nunca és tu.
mas nunca és tu.
o único poema
o verdadeiro único poema
é o que corre dentro de ti.
é o teu sangue
e isso não consegues entender.
explica lá isso ao computador. (ao sangue do computador)
explica lá isso a ti próprio.
explica-te a ti próprio.
explica.
te.
Baltasar Mingo
Debaixo do Bulcão poezine
Número 16 - Almada, Janeiro de 2002
2 comentários:
Muito giro. Adoro a estrutura, adoro o conceito. Na muche. Simples, Objectivo, claro.
"o verdadeiro único poema é o que corre dentro de ti (...) e isso nao consegues entender".
o Baltasar Mingo agradece e explica que o poema foi, mesmo, escrito directamente no teclado do computador, e que isso é, para ele, algo excepcional (porque ele gosta muito mais de escrever em papel).
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