Vem ao baile vem ao baile
Pelo braço ou pelo nariz
Vem ao baile vem ao baile
E vais ver como te ris
Deixa a tristeza roer
As unhas de desespero
Deixa a verdade e o erro
Deixa tudo vem beber
Vem ao baile das palavras
Que se beijam desenlaçam
Palavras que ficam passam
Como a chuva nas vidraças
Vem ao baile, oh tens que vir
E perder-te nos espelhos
Há outros muito mais velhos
Que ainda sabem sorrir
Vem ao baile da loucura
Vem desfazer-te do corpo
E quando caires de borco
A tua alma é mais pura
Vem ao baile vem ao baile
Pelo chão ou pelo ar
Vem ao baile baile baile
E vais ver o que é bailar
Alexandre O’Neill
“No Reino da Dinamarca”
Guimarães Editores. Lisboa, 1958
(foto do autor copiada de
www.prahoje.com.br/bill/?p=287&cp=1)
Biografia e outros poemas deste autor:
www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Alexandre+O%27Neill
sábado, fevereiro 02, 2008
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6 comentários:
viva amigo cheguei até ti através da "Alma De Pirata" dei uma volta aqui pelo pesqueiro e agradou-me .
votos de umbom carnaval ...
Olá António, esse poema de Alexandre faz de fato as palavras bailarem! Beijos. P.S. porque eu por aqui é o que faço no Carnaval: um baile de letrinhas bem longe de toda a confusão.
Seja então muito bem-vindo, Charroco.
António Vitorino
Madalena:
O Alexandre O'Neill é um dos meus poetas favoritos. Não tanto por este poema. Mas pareceu-me adequado.
Quanto ao Carnaval... Bem, eu nasci na terra do mais famoso e nem por isso sou grande fã dessa data.
Claro que, quando era mais novo, também brinquei ao Carnaval. Mas nesse tempo, mesmo aqui em Portugal, festejava-se de maneira mais "incivilizada": eram guerras de ovos, bombinhas de mau cheiro, etc. (Refiro-me ao carnaval urbano, aquele que conheci...)
Agora é diferente: é só balõezinhos cheios de água. Ficamos molhados, mas não faz mal.
Aliás, como se costuma dizer: é Carnaval, ninguém leva a mal.
Se for só esse tipo de coisas, está bem: ninguém leva a mal!
Beijos, e até depois de terça-feira.
António Vitorino
mas não havia algo podre no reino da Dinamarca??? Já passou????????
Aqui continua a cheirar a podre, inominável.
E de que maneira!
(Mas isto não é o Reino da Dinamatca, pois não?)
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