Gente muito sábia
Anda a discutir os crimes
Que cometemos contra a natureza…
E dizem-me que ela anda apavorada
Vingando-se muitas vezes
Por meio de calamidades terríveis
Estão a ver, não estão?
Tremores de terra, inundações, fogos…
É ela a vingar-se
Mas ela avisa primeiro
Avolumando nimbos, aglomerando-os
Por cima das nossas cabeças distraídas
É o bulcão a exprimir o seu desgosto
E a sua ira
Antes de nos mergulhar nas trevas
E tudo isto porque eu deixo a torneira a pingar
E não apago a luz quando já dela não preciso
E abro muitas vezes a porta do frigorífico…
Criminoso! O que tu andas a fazer!
Gritam-me. E o escuro bulcão entra em mim
Sou só negrume, só tristeza…
Eu que já ando há tanto tempo numa fase
Lúgubre, de desempregado desesperado,
Doente e sem assistência…
Debaixo do bulcão
Sou alvo de um crime anti-homem
Que alguém vil comete impunemente
Se eu pudesse fazer como a natureza!...
E vingar-me! Desmoronando governos
Em tremores de terra só para eles!...
Não digam nada a ninguém, peço-vos,
Mas vou perguntar ao Vitorino como é
Que ele prepara os bulcões poéticos
Pode ser que eu consiga na base da Poesia
Modificar a fórmula bulcónica
E desagravar os pobres “criminosos” que somos
Tornando logo visíveis os que cometem o crime
de não nos deixar viver em paz com a nossa natureza,
e depois … apetece-me dizer: seja o que Deus quiser!
Alexandre Castanheira
Debaixo do Bulcão poezine
Número 31 - Almada, Dezembro 2007
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terça-feira, janeiro 22, 2008
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4 comentários:
O meu professor de shiatsu diz que
as rebentações nas ondas das praias vão
embater cada vez sem mais resignação
contra camarins do favoritismo, contra os
modus-operandi estravagantes de arcebispos,
contra as trivialidades snobs dos deputados,
contra o agasalhado château dum leopardo
filistino en-vogue – paralítico napoleão rebaixando
reuniões sobre fisco infalível ou dumping social –
e contra as cúmplices matracas dos crachás.
Após as provações de permissividade inibidora
virá a papeira avant-garde desmantelar a perícia
das boulevards deflectoras da cidadania global,
com encorajamento de poliomielite dar-se-á a
subtóxica polinização ad aeternum dos opus dei
desbocados pelos ditames à palheta de sua cómoda
desvirtuada, atestando com grogue de formol a
anímica hor’agá, à escala, dos pilotos estroinas que
processam os componentes e calibram os reagentes
da carola de caruma e ComItivA de CompanhIA que
desapropria da ilibação tais enxovais com desacatos.
Virá uma contrasalva do Paleolítico Superior servir de
hélice propulsora para salvaguardar o Holismo Gaiense!
As treliças do alfarrobista são corroídas pelas zeigeist
entrópicas, cujo perfil vigora como ipomeia violacea
de restrição, que autofagiam as comissuras labiais dos
morpheus escapulindo-se da água-benta aspergida,
sem absentismo, deste eugénico gulag blutschande.
É mata perpétua abjurada como trégua, ex-pectante
fusível estampilhado pela mundivisão dos estratos,
âmbito de asneiras grassando munições em lavagem,
delgado tarrafal, gaspacho à beira do badagaio, elixir
de oxidase de monoamina, itinerante toro pré-helénico
de foro ontológico cujo rejuvenescimento é entravado
pela disritmia diapezam, warcraft e dungeons&dragons.
Quando a incisão coronária tolher a hipersemia
fac-simile do sôr-reverendo será rapsódia de ciano,
seu clíster onanístico será enema de morning glory e o
Outro Transcendente, esfarelado pelos torções, poderá
novamente ser quinino de ergotina, a bobina rústica
será destravada, do Minóico Tardio recomeçará um
narcótico Revivalismo Arcaico, o convénio de adidos
passará por umbral admonitório e fará melopeia com
Tanatos, eclodido num cacifo chamuscado de Gizé ou
Queóps e o Relâmpago de Indra efectuará os Mistérios
Elêusicos, isto disse-me a minha professora de reiki mix.
joão meirinhos
in QUIMICOTERAPIA 2004
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ops!!! E a natureza tem sempre razao!!!Gostei d'essa forma poetica de se "vingar" e "desmoronar governos" ai ate aceitava
de bom agrado o estatuto de "pequeno criminoso"
Bjs
Hum, através do instigante poema de Alexandre, descubro que existe a tal "fórmula bulcónica"!!! Acredito que há muitos tesouros escondidos e que aos poucos aparecem neste blog, assim como este belo poema. Beijos ao autor e ao António.
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