Olhai o vagabundo que nada tem
e leva o sol na algibeira
Quando a noite vem
pendura o sol à beira de um valado
e dorme toda a noite à soalheira…
Pela manhã acorda tonto de luz.
Vai ao povoado
e grita:
- Quem me roubou o sol que vai tão alto?
E uns senhores muito sérios
rosnam:
- Que grande bebedeira!
E só à noite se cala o pobre,
Atira-se para o lado,
dorme, dorme…
E toda a noite o sol o cobre…
Manuel da Fonseca
(n. Santiago do Cacém, 15-10-1911 - f. Lisboa, 11-03-1993)
(Este poema saiu no número 197 de O Diabo, em 3 de Julho de 1938. Assinale-se que nalgumas edições posteriores da poesia de Manuel da Fonseca aparece sem o último verso.)
fonte
http://networkedblogs.com/hFqLc
sábado, outubro 15, 2011
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