Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes
(Mais poemas de Vinicius em
www.revista.agulha.nom.br/vm2.html)
Imagem: foto de António Vitorino, numa página do programa da primeira temporada do Grupo de Dança de Almada, em 1991. Vejam o website da actual Companhia de Dança de Almada – que, a propósito, está a organizar a 15ª edição da Quinzena da Dança de Almada – clicando em:
www.cdanca-almada.pt/pt/index.htm
(Mais poemas de Vinicius em
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Imagem: foto de António Vitorino, numa página do programa da primeira temporada do Grupo de Dança de Almada, em 1991. Vejam o website da actual Companhia de Dança de Almada – que, a propósito, está a organizar a 15ª edição da Quinzena da Dança de Almada – clicando em:
www.cdanca-almada.pt/pt/index.htm
4 comentários:
.... e lindo que é este poema musicado... e cantado pelo Tom Jobim...
É muito bom, sim!
Saudações!
António Vitorino
Começei a ler e perguntei para mim mesmo: mas quem é que terá escrito isto?
Mais abaixo: há porra! Tinha de ser este malandro!
Um abraço a verso
António, eu às vezes penso nas inumeráveis vezes que este soneto ou parte dele flutuou nas bocas dos apaixonados. É lindo! Beijos. P.S.: heheh adorei sua foto dançarina!
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